“Infinito, como um círculo, roda que gira sete vezes nas encruzilhadas entre
morte e vida e não tem fim. Mortes classificadas como naturais que poderiam
ser adiadas, mortes identificadas como violentas que deveriam ser evitadas.
Mortes morridas e mortes matadas. Vidas interrompidas pela intolerância,
atingidas pela indiferença, ameaçadas pela ignorância. Morrer que transforma
a própria morte ao mostrar que a vida não tem um só fim. Viver que se
manifesta nos encantamentos de honra aos mortos e faz do nascer e morrer
lutas, parte de caminhos que se cruzam em si. Inversão que desafia a
insistência de atingir alguns corpos e interromper certas existências.
Continuidade que por meio de coisas reivindica vidas e produz afetos ao
preencher tempo e espaço com a presença central dos mortos. Ruínas que se
erguem na dimensão entre matéria e destruição e que se expandem nos limites
do indagar: O que morre quando as pessoas morrem? O que existe e resiste
quando os mortos são lembrados? Qual é o lugar da morte na vida dos que
sobrevivem?”